Bolo Chiffon de Batata Roxa

O bolo chiffon foi criado em 1927 por um banqueteiro californiano que manteve a receita secreta por 20 anos, até vendê-la para a General Mills (fabricante do sorvete Haagen Dazs e de muitas outras marcas alimentícias). A receita popularizou-se através da publicação de um livreto com 14 variações da mesma, distribuido pela marca Betty Crocker em 1948.


Betty Crocker representa para os americanos mais ou menos o que a Dona Benta representa para nós: comida caseira feita com amor e qualidade. Só que vendida em supermercados, claro.

Mas a grande sacada do bolo chiffon é ser feito com óleo vegetal no lugar de manteiga. Isso significa que você pode mantê-lo na geladeira que ele continuará macio, uma vez que o óleo não solidifica mesmo em baixas temperaturas. Sendo assim, é um ótimo bolo para ser recheado e/ou coberto com produções que não podem ser deixadas em temperatura ambiente como chantilly, creme pâtissier, frutas frescas, etc.

Também é um bolo mais saudável que seus primos amanteigados porque possui baixo teor de gorduras saturadas e, geralmente, baixa quantidade de açúcar. A contrapartida é que têm um sabor menos "rico" e por isso são quase sempre acompanhados de recheios densos e caldas encorpadas.

Aprendia a receita abaixo num curso que fiz em Nova York, sobre o qual já falei aqui. Como o tema do curso era "Sobremesas com inspiração asiática", a proposta foi unir a técnica americana a um ingrediente  tipicamente filipino, usado tanto em produções doces como salgadas: a batata roxa. Não resisti quando me deparei com umas lindas na feira essa semana e corri com elas pra cozinha! Vamos à receita:

INGREDIENTES

Fase A
  • 1 e 1/4 de xícara de batata roxa cozida e amassada
  • 5 gemas grandes
  • 1/2 xícara de óleo vegetal (canola, girassol, etc)
  • 1 colher de chá de essência de baunilha
Fase B
  • 2 e 1/4 de xícara de farinha de trigo
  • 1 xícara de açúcar
  • 1 colher de sopa de fermento químico em pó
  • 1 colher de chá de sal
Fase C
  • 8 claras
  • 1/2 colher de chá de cremor de tártaro
  • 1/2 xícara de açúcar


MODO DE FAZER




Unte e enfarinhe a forma que você vai utilizar. Pode ser uma forma própria para bolo chiffon como essa da foto ou duas (ou até 3) formas redondas de 25 x 5 cm (que foi o que eu usei). Se for usar duas formas, forre-as com papel manteiga para facilitar na hora de desenformar.




Fase A
Bata todos os ingredientes da Fase A numa batedeira (ou no muque mesmo, se você quiser substituir a academia da semana) até que fique homogêneo e macio.

Fase B

Peneire todos os ingredientes da Fase B e misture vigorosamente com a Fase A até que não haja grumos e esteja bem liso.

Fase C
Bata as claras e o cremor de tártaro numa batedeira em velocidade média até espumar e formar bolhas pequenas. Adicione o açúcar de forma contínua e aumente a velocidade da batedeira até formar picos moles.

Incorpore1/4 das claras batitas com a mistura de batatas (Fase A + Fase B). Misture bem. Adicione o restante das claras e combine delicadamente com a ajuda de uma espátula, em movimentos de baixo para cima. Não bata nem faça movimentos vigorosos. A ideia é incorporar ar na massa e se você bater vai destruir as microbolhas de ar contidas nas claras.

Despeje a mistura na forma e leve ao forno pré-aquecido (190oC). O tempo de forno vai depender da forma que você escolheu. Guie-se pelo velho e infalível truque do palito que quando introduzido no centro do bolo, sai seco. Depois de tirar do forno, espere esfriar completamente para desenformar.


RECHEIO

Você pode fazer o recheio que mais gosta já que o sabor do bolo em si é bem neutro, apesar da batata roxa. Eu escolhi fazer um creme pâtissier de lavanda: com a ajuda de um fouêt bata 4 gemas, 25 gramas de farinha de trigo, 25 gramas de amido de milho, 100 gramas de açúcar e 50 ml de leite integral. Reserve. Leve ao fogo médio 450 ml de leite integral misturado com 1 colher de sopa de flores de lavanda secas. Aqueça até quase levantar fervura e desligue o fogo. Deixe descansar por pelo menos 10 minutos, tampado. Coe e agregue à mistura de gemas. Leve tudo ao fogo baixo e cozinhe por pelo menos 2 minutos, mexendo sem parar. Deixe esfriar coberto por um pedaço de papel manteiga untado para evitar a formação daquela "crostinha" desagradável. Reserve na geladeira até o momento de utilizar.

COBERTURA

Novamente, fica a seu critério. Eu fiz uma ganache de chocolate branco bem líquida: aqueça 400 ml de creme de leite (pode ser de lata ou de caixinha, não é necessário usar creme de leite fresco) e junte 300 gramas de chocolate picado. Desligue o fogo e mexa para que o chocolate derreta completamente. Eu usei um pouquinho de corante violeta próprio para chocolate para acompanhar a cor do bolo.

DICAS
  1. Você pode substituir a batata roxa por batata doce comum ou abóbora. Acho que tembém daria certo com mandioquinha, mas ainda não testei.
  2. Se optar por fazer o bolo em forma única e sem recheio, sugiro que você aromatize a massa com raspas de limão ou laranja, canela em pó, ou o que sua imaginação mandar.
  3. Para saber qual o ponto certo das claras, você precisa observar o momento em que as pás da batedeira vão começar a formas "ondas" nas claras. Picos moles significa que essas ondas têm que reter sua forma por alguns segundos.
  4. O creme pâtissier também pode ser aromatizado com outros sabores: raspas (limão, limão siciliano, tangerina, laranja), gengibre ralado, grãos torrados de café, canela em pau, cravo, anis estrelado, capim limão, zimbro, etc. O procedimento é sempre o mesmo: fazer uma infusão no leite antes de usar no preparo do creme.

7 comentários:

  1. Uau, Ana, arrasou, que aula :-) E eu não sabia desta particularidade do bolo chiffon, realmente perfeito para deixar na geladeira. Beijos querida!

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  2. Renata Prazeres26/7/10

    Adoroooooooo batata roxa... me lembra minha avó que sempre fazia doce pra mim...

    vou tentar fazer e te conto depois...ou melhor... te chamo pra provar!!! =)

    beijosss

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  3. Primeira vez que eu entro no seu blog e alucinei com esse bolo roxo.
    É niver de mamãe neste fim de semana e fiquei com vontade de fazer.
    Vc precisou usar corante roxo na massa?
    Bjs!

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  4. Docinho de abacaxi,

    Te garanto que ele é mais bonito pessoalmente ;)

    Não usei corante na massa, que é feita com aquela batata roxa que é roxa por dentro mesmo e não só na casca. Aqui em Sampa não é muito comum achar. Se fizer com a batata doce de casca roxa, mas polpa amarela, o bolo não vai ficar desse cor. Não recomendo o uso de corante nem nessa circunstância pq o corante roxo é mto instável e imprevisível, e seu bolo pode acabar ficando azul ou cinza.

    Na ganache de chocolate usei umas gotinhas de corante roxo em gel, próprio para chocolate.

    Faz que vc não vai se arrepender! E depois manda a foto pra mim!

    Bjo

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  5. Não logrei êxito na minha incursão ao mundo da confeitaria... :(

    Não encontrei a batata roxa... Daí já fiquei desanimada. Mas adaptei a receita de bolo chiffon substituindo a farinha de trigo por fécula de batata e trocando o açúcar por mel. Adorei a dica do cremor de tártaro nas claras em neve (ficou lindo!).
    A massa deu certo e ficou até gostosinha, mas neutra, como vc frisou.

    Fiz um creme (de maizena com leite, leite condensado e creme de leite) que tive de mexer por hooooras no fogo, que também ficou bom.

    Consegui amoras pretas e fiz uma calda com pouco açúcar que ficou uma delícia!

    Usei um pouco de corante líquido no chantilly.

    Quis complementar o recheio com uma geleia de mirtilos importada roxa linda de morrer (escolhi pela cor). E foi aqui que eu estraguei tudo!

    A massa ficou boa, o a calda ficou boa, o creme ficou bom, o chantilly ficou bom... Cada elemento em separado ficou bom.
    Mas a geleia (eu não provei antes de comprar, né? tava lacrada) misturada com tudo deixou o bolo com gosto de coisa velha HORRÍVEL!

    Resultado: ninguém conseguiu comer e foi tudo pro lixo.
    :,( To deprimida.

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  6. Batata roxa, essa eu ainda não conhecia!

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  7. Ai Docinho... fiquei arrasada por vc... Mas não desista!Eu tb não sou muito da confeitaria mas uma hora a gente acerta, né?

    Beijos

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