Colheita do meu Jambu: Saudades de Belém

Já falei aqui que comida boa mesmo é aquela que persiste na sua memória muito tempo depois de ter sido degustada. Pois bem, as maravilhas que provei em novembro lá em Belém me fazem querer voltar pra lá praticamente todo dia.

Foi uma viagem que serviu de "festa de formatura" da minha turma de Alta Gastronomia da FAAP. Mas foi muito rápida, só três dias e num feriado com segundo turno de eleições no meio, faltou muita coisa pra ser vista.

Eu trouxe na mala uns 15 quilos de lembranças gastronômicas de lá: farinhas dos mais diferentes tipos (as de lá são mais ácidas e muito saborosas), feijão bolinha (verde clarinho, uma delícia em saladas), tucupi, pirarucu seco (que defumei e fiz uma torta incrível), camarão defumado, queijo Marajó (lembra levemente um Catupiry na consistência mas é infinitamente melhor), pimenta curtida no tucupi, jambu e sementes de pupunha, taperebá e bacuri.

O bacuri não vingou mas a pupunha (ou melhor, as pupunhas, porque nasceram 2 lindas mini palmeirinhas) e o taperebá já estão morando no sítio, fortes e saudáveis. Agora o jambu... O jambu virou uma selva na minha varanda! A bichinha cresceu tanto, deu tantos filhotes, que ando distribuindo mudas por aí. Semana passada fiz minha primeira colheita de flores! Pra quem não sabe, o jambu tem uma propriedade incrível de eletrificar a língua. Não dá muito bem para explicar direito, só provando pra ver. E as flores são bem mais potentes que as folhas, mais comumente usadas.

Aproveito o ensejo pra dar 3 dicas imperdíveis em Belém:

Foto: Veja Brasil
Sorveteria Cairu
Já apareceu até no NY Times. Tem zilhões de sabores e eles tem o maior prazer de deixar você provar quantos quiser antes de decidir-se. Isso até faz parte da experiência e ninguém faz cara feia pra você e nem se impacienta com sua natural indecisão de turista. Castanha do Pará e Taperebá foram meus favoritos. A sorveteria tem muitos endereços pela cidade mas o que fica nas Docas é um dos mais agradáveis.

Vai lá: Avenida Boulevard Castilhos França, s/nº - galpão 2, Estação das Docas
Tel.: (091) 3212-5595
Horário: 12h/0h (sex. a dom. e feriados até 2h)



A Portinha
Esfiha de Pirarucu e Jambu

Bom, A Portinha é uma portinha(!) minúscula e difícil de achar se você por acaso chegar lá antes do horário de funcionamento. Que é outra bizarrice do lugar: só abre de sexta a domingo, das 17 às 22hs. Até às 22hs, mentira. Mentira porque os salgados acabam bem antes dessa hora. É bom chegar mesmo às 17hs em ponto. Ou antes. A portinha serve salgados convencionais (esfiha, empada, coxinha, com ingredientes regionais (pato, pirarucu, jambu...) e são, como diria minha amiga @raqueldemeneses, ESPETÁCULO! Qualquer salgado que você escolher custa R$ 3,50 e qualquer suco, natural claro, R$ 1 (sim, é um real mesmo, você não leu errado).


Vai lá: Rua Doutor Malcher, 463, entre a Rua Capitão Pedro de Albuquerque e a Rua Gurupá, Cidade Velha
Tel.: (091) 3223-0922
Horário: 17h/22h (sex. a dom.)


Remanso do Peixe
Cara, como falar do Remanso assim, jogado no meio do post? O Remanso merecia um post só pra ele. Prometo fazê-lo assim que voltar à Belém depois que o Remanso da Floresta for inaugurado. Primeiro tenho a dizer que o Thiago Castanho, chef de lá, é um encanto (além de premiado com o título de Chef Revelação de 2010 pelo Guia 4 Rodas - o que não é pouca coisa). Antes de ir pra Belém, entrei em contato com ele por email e expliquei o motivo da viagem. Pedi que ele me indicasse alguém para ser nosso guia no Ver-o-Peso. Ele imediatamente respondeu e se prontificou a ser ele mesmo nosso guia. Acordou cedinho no seu dia de folga, teve paciência de Jó pra explicar tudo pra nós e ainda levou a gente pra almoçar no restaurante onde a namorada dele é chef, o Beto Grill (que é um quilo delícia!). Voltando ao Remanso. Foram tantos pratos divinos que é difícil falar de um. Mas se eu fosse obrigada a escolher um, seria o Pirarucu Defumado. Suculento, com sabor que traz um lembrança de bacon e combinado com a duçura das bananas cozidas. Tudo que eu mais queria era uma filial do Remanso em Sampa. Podia ser naquela casa do acarajé que fica pertinho do Mocotó, hein Thiago? :)

Vai lá: Travessa Barão do Triunfo, 2590 - casa 64
Tel.: (091) 3228-2477
Horário: 11h30/15h e 19h/23h (dom. e feriados só almoço a partir das 11h) 
Siga o Thiago no Twitter: @Thiago_Castanho 

2 comentários:

  1. Vou visitar uma amiga em Belém e com certeza marcarei presença nesses lugares que vc indicou pra prestigiar a comida. Valeu a dica! ;)

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  2. É isso aí, Germaine!

    Com certeza você não vai se arrepender! Aproveite e tome uns sorvetinhos por mim! :)

    Beijos e boa viagem!

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