Ceviche Fusion

Sábado retrasado fui chamada às pressas pra socorrer a amiga de uns amigos. Ela preparava uma festa surpresa de aniversário para o marido e o chef que ela havia contratado avisou que daria o cano. Poxa, ele foi legal, gente! Ele avisou! Tudo bem que o jantar era na terça e o cara avisou na sexta, não havia muito o que fazer.

Enfim, falei com a Regina (a dona da festa, uma querida!) no sábado à noite e ela contou que queria um jantar tailandês. Eu vibrei porque amo essa cozinha mas tenho poucas oportunidades de executá-la. E segunda-feira lá estava eu fazendo compras pra preparar o evento.

O cardápio foi todo de inspiração tailandesa mesmo, com um ou outro toque malásio e vietnamita. Mas o fato é que desde que visitei o Peru, me encontro vivendo um caso de amor agudo por ceviches. Eu P-R-E-C-I-S-A-V-A colocar um ceviche no menu. Então misturei as ideias na cabeça e fiz um ceviche fusion! 

Veja só:

Pedi pro meu peixeiro 1 kg de filé de
corvina. Estava fresquíssima, como deve ser. Cortei tudo em cubos médios, mais 
ou menos 2cm de lado e reservei na geladeira.

Depois piquei em cubinhos pequenos (concassé) uma bela e gorda cebola roxa. Reservei.



Abri uma lata de lichias em calda, escorri o líquido e piquei os frutos em tiras. Reservei também. Sempre na geladeira.

Na hora de servir, espremi o caldo de uns 18 limões cravo. A quantidade pode variar. Tenha em mente que você precisa de suco suficiente pra formar um caldo, que vai cozinhar o peixe. Aliás, só pra esclarecer, ceviche é um prato feito com peixe cru que é brevemente cozido por um agente ácido, no caso, limão. Depois piquei bem batidinho umas 20 folhinhas de coentro.

Enfim, junte todos os ingredientes num bowl, polvilhe um pouco de flor-de-sal e um fiozinho de azeite. Deixei descansar na geladeira por cerca de 5 minutos e voilà!

Esta quantidade serviu 12 porções, como entradinha. Serviria 6 como entrada única.

Algumas dicas: 
  • Nunca use limão taiti. É muito ácido e seu sabor vai sobressair. Não é isso que você quer. Limão galego vai bem, siciliano talvez, se for um ceviche de salmão por exemplo.
  • Hoje em dia tem ceviche até de vieira e camarão. Tradicionalmente é usado peixe branco, de carne firme. O ideal seria um robalo, caso seu bolso permita. O mais importante é que o peixe esteja fresco. Muito fresco. Fresquíssimo!
  • Mesmo que você não goste de coentro, use-o nessa receita. Ele arredonda todos os sabores. Use com parcimonia, assim como eu fiz e você se surpreenderá! Agora, mesmo que você AME coentro mais que tudo na vida, resista à tentação de colocar um maço inteiro no ceviche. A palavra-chave é equilíbrio.
  • Uma pimentinha cai muito bem. Dedo-de-moça se você é valente, biquinho se não quiser saber de ardência. No caso da receita acima não usei pimenta alguma porque queria que o ceviche funcionasse como um "limpador" de paladar, tirando os sabores de gengibre, gergelim e tantas outras coisas usadas nos aperitivos e preparando a boca para receber a pièce de résistance da noite: curry thai de frango e batata doce, esse sim, bem apimentado.
Resumo da ópera, o ceviche foi um dos pratos mais elogiados da noite e a festa foi um sucesso. A decoração da Regina estava lindíssima (aliás, vou pedir fotos pra ela!), a casa dela é bárbara, os convidados muito animados, o maridão contente que só, shots de tequila rolando...

Um comentário:

  1. Que bela postagem!
    Encheu meus olhos de prazer!
    E fiquei com água na boca!

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