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Onde comer em Lima, Peru - Astrid y Gastón Casa Moreyra

Senta que lá vem estória e o post é longo...

Eu adoro menus degustação.

Como bem disse minha amiga querida Luciana Betenson, gêmea de aniversário, companheira de quarto nessa viagem para o Peru, talentosa escritora do blog Rosmarino e Outros Temperos, com quem já compartilhei outras degustações:


"Como as crianças gostam da Disney World, eu gosto de degustações."


Esse formato de refeição tem um propósito que vai muito além de simplesmente alimentar. Eles contam histórias, proporcionam experiências únicas, revelam ingredientes desconhecidos e raros e, via de regra, é onde o chef mostra sua face mais autoral.

Estando em Lima, tínhamos duas opções renomadas para escolher: o Central do chef Virgílio Martinez e o Astrid y Gastón de Gastón Acurio. Ambos revezando-se na posição de melhor restaurante da América Latina segundo o ranking da revista inglesa Restaurant Magazine.

Escolhemos o AyG, ocupante da 18ª posição no ranking mundial da mesma publicação, por motivos de: as amigas que já haviam comido nos dois estabelecimentos gostaram mais deste.

Foto: Astrid y Gastón

Após 20 anos fixado no mesmo endereço, Gastón Acurio mudou seu principal e mais aclamado restaurante para novo local: a Casa Moreyra.

O prédio, declarado Monumento Histórico em 1972, tem suas raízes na própria fundação de Lima. Vale a pena saber mais sobre ele aqui.

A propriedade conta com o restaurante propriamente dito, um espaço exclusivo para eventos, uma grande e diversificada horta e um enorme pátio onde acontecem atividades educativas e culturais abertas à população em geral.

Foto: Astrid y Gastón
Sob a batuta do chef Diego Muñoz, os pratos do menu degustação saem de uma cozinha exclusiva para este fim. 

A sala onde fomos acomodadas contava com três mesas, um pé direito altíssimo e quase nada mais. O ambiente pode até ser adjetivado como impessoal mas justifica-se: busca-se aqui foco total na comida que será servida, sem distrações. Nem me lembro de ter sequer ouvido música ambiente antes do final da pantagruélica noite.

Sentamos 6 numa mesa e 4 na outra. A terceira mesa foi ocupada pelos chefs Thiago e Felipe Castanho, gênios da cozinha amazônica sobre quem já falei aqui e em breve contarei mais. A feliz coincidência se deu por conta da efervescência de chefs latinos que tomava conta da cidade por causa da entrega do prêmio que mencionei acima, o Latin America's 50 Best. Os irmãos Castanho estrearam na lista com seu restaurante Remanso do Bosque em 34º lugar. Esperem uma escalada rápida ao topo dessa lista. Thiago faz a melhor cozinha brasileira que já provei e jovem como é, o talento demonstrado até o momento é apenas a ponta do iceberg.

Vamos logo ao que interessa! A Comida!!!

O menu, chamado de "Memorias de Mi Tierra" começa com o drink "Brindemos como naqueles tempos", feito a base de guinda de Huaura, uma espécie de uva andina, acompanhado por um pequeno sanduíche.

A degustação é dividida em temas ou etapas. A primeira delas chamada de "guloseimas na saída da escola", busca exatamente essa memória: gordices que as crianças comiam na saída do colégio.

Chega à mesa uma lata vermelha e branca, linda de morrer (sou fa-ná-ti-ca por latas e latinhas, coleciono inclusive), e dentro dela diversas "guloseimas": sorvete de lúcuma com chocolate e castanhas, camotitos (batata doce e pele de frango), galletas (bolachas de lagostins e amendoim). 

Representando os barcos pesqueiros que se avistava no litoral, pequenos e crocantes canudos de massa muito fina para serem recheados com um saboroso creme de iogurte com limão, morango, manjericão e pimenta rocoto. Por fim, mini merengues recheados de azeitonas e anchova. Na minha humilde opinião, uma bola fora.

Eu adoro a mistura de doce com salgado. Mas neste caso, o salgado não foi suficiente para criar um contraste agradável ou minimamente interessante. Como disse a amiga que compartilhava a mesa, faltou coragem. Coragem de carregar a mão na azeitona e na anchova o suficiente para surpreender.


A etapa seguinte tem o nome de "memórias do lar", onde o menino se recorda do jardim de nêsperas na primavera, da insistência de sua mãe dizendo que bucho e pé também é comida de criança e dos conselhos da avó em forma de plátanos fritos.

Essas memórias traduziram-se em um intragável suco de nêspera servido num cubo de gelo (foi o único prato que não consegui comer), um crocante de pé de leitão e um finíssimo, etéreo e delicioso crepe de grão de bico com aspargos brancos e caviar.


Chamado de "um verão na praia", o primeiro prato que realmente emocionou era uma raspadinha composta de gelo vegetal, xaropes, frutas e ervas da própria horta do restaurante. As texturas e sabores revelando-se aos poucos, a acidez muito equilibrada, uma nota de beterraba, um picante de rabanete... Divino!


A etapa "produtos que se vão" trouxe alento. Resgatando produtos quase esquecidos pelos peruanos, lâminas de palta (uma espécie de abacate) com gergelim branco, cebola chinesa e limão confitado. Aqui um gringo consegue reconhecer os sabores tipicamente locais, com a untuosidade da palta perfeitamente equilibrada pela acidez do limão e o torrado do gergelim.

Outro favorito foi o "ceviche" de maçã Delícia (espécie em desuso) com leite de tigre de rocoto e ovas de ouriço. Teve gente na minha mesa que não gostou, mas eu vi genialidade aqui. A maçã Delícia é bem ácida e o corte em fita parece amplificar essa sensação, as ovas são salgadas e cremosas e o leite de tigre... ah, o leite de tigre... sublime!

Por fim, um caldo picante de moluscos bivalves com uma falsa macha de pacae, almeja rosada do Pacífico que já não existe mais...



Chegamos às "receitas que se vão" e elas lembram um tempo em que peixeiros passavam nas casas gritando "Pescado! Pescado fresco!". E recebemos em um lindo prato de pedra que lembra um almofariz as caudas e essência de camarão banhados num caldo de cebolas caramelizadas.

Repetindo as cebolas, o prato seguinte traz também um azeite de escabeche defumado com tomates e pimenta.

E aí aquele menino que a essa altura já é um adulto, sente saudade de casa. A etapa "voltar à casa" apresenta o prato "homenagem a um purê de batata amarela com ovo frito". E finalmente tivemos uma unanimidade. A foto deveria prescindir de palavras mas não resisto, tenho que descrever o que você está vendo: creme de batatas Chaulina, caldo de polvo com tomate e porcini, ovos de codorna, pó de tomate e espinafre. Traduzindo: uma bomba atômica de umami! Uma das melhores coisas que já comi na vida! Só agradeço esse menino por querer voltar pra casa!!

As "nostalgias regionais" pretendem representar um pouco de enorme riqueza gastronômica regional do Peru que assim como no Brasil, apresenta muitas variações por conta da diversidade geográfica de suas regiões.

Mais um na minha lista de favoritos, o prato que leva língua de boi e batatas nativas só pecou pelo tamanho minúsculo. Foram 2 pedacinhos da melhor língua do mundo, cortada em allumette. Comeria mais uns vinte =)

Depois um lombo de coelho muito saboroso e seguindo, um peito de boi com caldo de costela que perdeu um pouco da harmonia por conta das sementes germinadas que, na minha opinião, não ornaram com o sabor da carne.

As primeiras sobremesas chegam mais uma vez pelas memórias do menino que recorda suas travessuras em "travessuras de menino". Plátano de la Isla com caramelo de especiarias e pisco, queijo Paria, rúcula e pimenta do reino. Bomba de romã (com uma nostálgica pitada de popping candy, aquele açúcar que explode na boca). Morango banhado em leite condensado e coberto de confeitos dourados (levou o prêmio vergonha alheia da noite). O mais saboroso foi uma homenagem aos típicos arroz con leche e mazamorra morada: canudo de massa bem fina recheado de arroz doce e xarope de milho roxo.

O menino (que a essa altura já tinha conquistado a implicância de todas nós) chega com sua "doce memória" em mais dois pratos. Blanquillos (damasco de casca e polpa brancas) cozido com camomila, biscoito de amêndoas e gelado de noz de blanquillo.

Depois, a sobremesa que causou o maior acesso de riso dos últimos tempos, o King Kong. O king kong é um docinho super típico, encontrado em todo lugar. É um biscoito recheado com creme e geleia de fruta. O motivo do acesso de riso ainda não sei ao certo. Bebida não foi com certeza. Optamos pela harmonização (maridaje) sugerida pela casa e apesar da grande variedade de bebidas, nenhuma taça foi servida com mais de um dedo (na horizontal). Talvez tenha sido o fato de já estarmos há mais de 4 horas ouvindo as estórias do niño. A verdade é que, ao ver o algodão doce acinzentado pensei (e verbalizei) imediatamente naquelas bolas de pelo que os gatos cospem. Alguém disse que essa "areia" preta lembrava diarréia de pombo. Aí não teve jeito... Foram cinco minutos rindo a ponto de perder o fôlego.



Ainda teve o "sabor perdido": um chocolatinho com amendoim (meia boca) e uma cocadinha (gostosa) e eu já nem tinha mais ânimo pra fotografar.

Mas a refeição terminou com uma deliciosa e providencial surpresa: o emoliente. O emoliente é uma bebida bem típica, de consistência levemente gelatinosa, consumida como digestivo. A versão servida era composta de duas fases, uma quente e a outra gelada. Muito, muito gostoso e acho mesmo que ajudou na digestão.

Na foto você vê Juan, nosso atendente da noite que com seu entusiasmo tornou menos enfadonhas as quase 5 horas que ficamos por lá.

Você (se chegou até aqui) deve estar se perguntando quanto custou essa brincadeira. US$ 250 com a harmonização de bebidas.

Se pensar em termos globais, é até um valor bem razoável. Mas eu não acho que valeu. Eu achei que sobrou ego e faltou comida de verdade. Preferiria que tivesse metade dos 27 pratos servidos mas que as porções fossem um pouco maiores. Muitos pratos foram desnecessários. A impressão final que ficou foi exatamente essa: excesso de ego, o que é quase uma redundância.

O lugar é belíssimo, as louças são maravilhosas, o atendimento do Juan foi impecável e cheio de energia (já o sommelier espanhol sofre do mesmo mal do chef: muito ego).

Eu até pretendo voltar. Para experimentar o à la carte. O menu degustação eu não recomendo. Muito menos com a harmonização. Mas teve gente que gostou. Se você não precisar escolher entre o AyG e o Central, sugiro que vá aos dois e tire suas próprias conclusões. Aproveite e mande besos ao niño! :)

Vai lá:

Astrid y Gastón - Casa Moreyra
Av. Paz Soldán, 290
San Isidro - Lima
+511 442.2775
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Onde comer em Lima, Peru - La Picantería

Dez mulheres juntas no Peru. Pode isso dar certo? Foi a pergunta que me fiz repetidas vezes nos meses que antecederam essa viagem.

O bom de criar expectativas negativas é que a probabilidade de surpreender-se positivamente aumenta bastante!! ;-)

A viagem deu tão certo, a companhia foi tão maravilhosa, foi tudo tão bacana que já estamos programando nossa próxima excursão gastronômica!

Importante salientar, a razão da nossa viagem era apenas essa: comer! E começamos com o pé direito!


O La Picantería fica no popular bairro de Surquillo, a duas quadras do mercado mais famoso de Lima e bem próximo de um enorme centro de artesanato peruano.

Tradicionalmente, as picanterías eram algo semelhante às tabernas francesas do séc. XVIII, servindo caldos restauradores em mesas comunitárias para trabalhadores e viajantes.

As picanterías nascerem na região de Arequipa e receberam essa denominação por conta dos caldos picantes (há!) que serviam. Com o tempo foram desaparecendo ou modernizando-se, abandonando a atmosfera caseira e rústica que caracterizava os primeiros estabelecimentos. E é exatamente esse clima despojado e original que o La Picantería busca resgatar.

O ambiente é simples e encantador. Um hall de entrada com mesas pequenas, um bar com muitas opções da onipresente chicha de jora (fermentado feito com milho, em processo semelhante ao da cerveja) e o indefectível equipamento usado para ralar gelo pra fazer raspadinha.

O salão propriamente dito tem grandes mesas comunitárias, teto coberto de esteiras de palha e bandeirolas e cardápio escrito em lousas.

Começamos com uma rodada de pisco com rosas e eu, que gosto de ser do contra, pedi um com cítricos. A cancha (ou canchita), também onipresente nas mesas peruanas, é o tira-gosto feito com milho frito, sal e pimenta e foi colocado na mesa assim que sentamos. Raramente esse mimo é cobrado.

A casa serve carnes e peixes. Optamos pelo segundo mas confesso que quero muito provar o pato "do nosso rancho" numa próxima visita. Os peixes são vendidos por quilo e tivemos que aguardar cerca de 10 minutos pela chegada do peixeiro para escolher o nosso. Mais fresco só se ainda estivesse vivo.

Uma dificuldade que você pode encontrar se não estiver familiarizado com os pratos típicos peruanos, é entender o que eles são de fato. É claro que dá pra saber que lechón é leitão e ossobuco é ossobuco mesmo. Mas duvido que você saiba o que é um "seco de ossobuco". Ou um "chupe". Não se preocupe. O serviço, apesar de um pouco apressado, é muito atencioso e explica tudinho.

Escolhemos dois peixes inteiros e nossa atendente sugeriu os preparos: ceviche e tiradito para um e frito na parrilla para outro.

É a cozinha como deve ser: o melhor e mais fresco ingrediente com o mínimo de interferência do cozinheiro. O sabor é inigualável, tá dando água na boca só de escrever sobre ele aqui...

De sobremesa fui de chupete de lúcuma, fruta típica peruana. O mais bacana é que a atendente traz a caixa de isopor até a mesa para você escolher seu chupete, que nada mais é que um sacolé (como chamamos o suco congelado em saquinhos plásticos aqui em Sampa).

Um detalhe lindo que me deixou ainda mais apaixonada pelo lugar foi a pia do banheiro: um tacho de ferro de época sobre uma base cheia de lenha que remete a um braseiro, como os que haviam nas cozinhas abertas das antigas picanterías e uma janela como espelho... Muito amor!!

Vai lá:

Francisco Moreno 388
esquina com Gonzales Prada
Surquillo
de terça a domingo
das 11hs às 17hs

P.S. Mais importante que o número da rua é saber qual o cruzamento. Nenhum taxista tem GPS, mas essa é uma outra estória...

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Colheita do meu Jambu: Saudades de Belém

Já falei aqui que comida boa mesmo é aquela que persiste na sua memória muito tempo depois de ter sido degustada. Pois bem, as maravilhas que provei em novembro lá em Belém me fazem querer voltar pra lá praticamente todo dia.

Foi uma viagem que serviu de "festa de formatura" da minha turma de Alta Gastronomia da FAAP. Mas foi muito rápida, só três dias e num feriado com segundo turno de eleições no meio, faltou muita coisa pra ser vista.

Eu trouxe na mala uns 15 quilos de lembranças gastronômicas de lá: farinhas dos mais diferentes tipos (as de lá são mais ácidas e muito saborosas), feijão bolinha (verde clarinho, uma delícia em saladas), tucupi, pirarucu seco (que defumei e fiz uma torta incrível), camarão defumado, queijo Marajó (lembra levemente um Catupiry na consistência mas é infinitamente melhor), pimenta curtida no tucupi, jambu e sementes de pupunha, taperebá e bacuri.

O bacuri não vingou mas a pupunha (ou melhor, as pupunhas, porque nasceram 2 lindas mini palmeirinhas) e o taperebá já estão morando no sítio, fortes e saudáveis. Agora o jambu... O jambu virou uma selva na minha varanda! A bichinha cresceu tanto, deu tantos filhotes, que ando distribuindo mudas por aí. Semana passada fiz minha primeira colheita de flores! Pra quem não sabe, o jambu tem uma propriedade incrível de eletrificar a língua. Não dá muito bem para explicar direito, só provando pra ver. E as flores são bem mais potentes que as folhas, mais comumente usadas.

Aproveito o ensejo pra dar 3 dicas imperdíveis em Belém:

Foto: Veja Brasil
Sorveteria Cairu
Já apareceu até no NY Times. Tem zilhões de sabores e eles tem o maior prazer de deixar você provar quantos quiser antes de decidir-se. Isso até faz parte da experiência e ninguém faz cara feia pra você e nem se impacienta com sua natural indecisão de turista. Castanha do Pará e Taperebá foram meus favoritos. A sorveteria tem muitos endereços pela cidade mas o que fica nas Docas é um dos mais agradáveis.

Vai lá: Avenida Boulevard Castilhos França, s/nº - galpão 2, Estação das Docas
Tel.: (091) 3212-5595
Horário: 12h/0h (sex. a dom. e feriados até 2h)



A Portinha
Esfiha de Pirarucu e Jambu

Bom, A Portinha é uma portinha(!) minúscula e difícil de achar se você por acaso chegar lá antes do horário de funcionamento. Que é outra bizarrice do lugar: só abre de sexta a domingo, das 17 às 22hs. Até às 22hs, mentira. Mentira porque os salgados acabam bem antes dessa hora. É bom chegar mesmo às 17hs em ponto. Ou antes. A portinha serve salgados convencionais (esfiha, empada, coxinha, com ingredientes regionais (pato, pirarucu, jambu...) e são, como diria minha amiga @raqueldemeneses, ESPETÁCULO! Qualquer salgado que você escolher custa R$ 3,50 e qualquer suco, natural claro, R$ 1 (sim, é um real mesmo, você não leu errado).


Vai lá: Rua Doutor Malcher, 463, entre a Rua Capitão Pedro de Albuquerque e a Rua Gurupá, Cidade Velha
Tel.: (091) 3223-0922
Horário: 17h/22h (sex. a dom.)


Remanso do Peixe
Cara, como falar do Remanso assim, jogado no meio do post? O Remanso merecia um post só pra ele. Prometo fazê-lo assim que voltar à Belém depois que o Remanso da Floresta for inaugurado. Primeiro tenho a dizer que o Thiago Castanho, chef de lá, é um encanto (além de premiado com o título de Chef Revelação de 2010 pelo Guia 4 Rodas - o que não é pouca coisa). Antes de ir pra Belém, entrei em contato com ele por email e expliquei o motivo da viagem. Pedi que ele me indicasse alguém para ser nosso guia no Ver-o-Peso. Ele imediatamente respondeu e se prontificou a ser ele mesmo nosso guia. Acordou cedinho no seu dia de folga, teve paciência de Jó pra explicar tudo pra nós e ainda levou a gente pra almoçar no restaurante onde a namorada dele é chef, o Beto Grill (que é um quilo delícia!). Voltando ao Remanso. Foram tantos pratos divinos que é difícil falar de um. Mas se eu fosse obrigada a escolher um, seria o Pirarucu Defumado. Suculento, com sabor que traz um lembrança de bacon e combinado com a duçura das bananas cozidas. Tudo que eu mais queria era uma filial do Remanso em Sampa. Podia ser naquela casa do acarajé que fica pertinho do Mocotó, hein Thiago? :)

Vai lá: Travessa Barão do Triunfo, 2590 - casa 64
Tel.: (091) 3228-2477
Horário: 11h30/15h e 19h/23h (dom. e feriados só almoço a partir das 11h) 
Siga o Thiago no Twitter: @Thiago_Castanho 
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Bolo Chiffon de Batata Roxa

O bolo chiffon foi criado em 1927 por um banqueteiro californiano que manteve a receita secreta por 20 anos, até vendê-la para a General Mills (fabricante do sorvete Haagen Dazs e de muitas outras marcas alimentícias). A receita popularizou-se através da publicação de um livreto com 14 variações da mesma, distribuido pela marca Betty Crocker em 1948.


Betty Crocker representa para os americanos mais ou menos o que a Dona Benta representa para nós: comida caseira feita com amor e qualidade. Só que vendida em supermercados, claro.

Mas a grande sacada do bolo chiffon é ser feito com óleo vegetal no lugar de manteiga. Isso significa que você pode mantê-lo na geladeira que ele continuará macio, uma vez que o óleo não solidifica mesmo em baixas temperaturas. Sendo assim, é um ótimo bolo para ser recheado e/ou coberto com produções que não podem ser deixadas em temperatura ambiente como chantilly, creme pâtissier, frutas frescas, etc.

Também é um bolo mais saudável que seus primos amanteigados porque possui baixo teor de gorduras saturadas e, geralmente, baixa quantidade de açúcar. A contrapartida é que têm um sabor menos "rico" e por isso são quase sempre acompanhados de recheios densos e caldas encorpadas.

Aprendia a receita abaixo num curso que fiz em Nova York, sobre o qual já falei aqui. Como o tema do curso era "Sobremesas com inspiração asiática", a proposta foi unir a técnica americana a um ingrediente  tipicamente filipino, usado tanto em produções doces como salgadas: a batata roxa. Não resisti quando me deparei com umas lindas na feira essa semana e corri com elas pra cozinha! Vamos à receita:

INGREDIENTES

Fase A
  • 1 e 1/4 de xícara de batata roxa cozida e amassada
  • 5 gemas grandes
  • 1/2 xícara de óleo vegetal (canola, girassol, etc)
  • 1 colher de chá de essência de baunilha
Fase B
  • 2 e 1/4 de xícara de farinha de trigo
  • 1 xícara de açúcar
  • 1 colher de sopa de fermento químico em pó
  • 1 colher de chá de sal
Fase C
  • 8 claras
  • 1/2 colher de chá de cremor de tártaro
  • 1/2 xícara de açúcar


MODO DE FAZER




Unte e enfarinhe a forma que você vai utilizar. Pode ser uma forma própria para bolo chiffon como essa da foto ou duas (ou até 3) formas redondas de 25 x 5 cm (que foi o que eu usei). Se for usar duas formas, forre-as com papel manteiga para facilitar na hora de desenformar.




Fase A
Bata todos os ingredientes da Fase A numa batedeira (ou no muque mesmo, se você quiser substituir a academia da semana) até que fique homogêneo e macio.

Fase B

Peneire todos os ingredientes da Fase B e misture vigorosamente com a Fase A até que não haja grumos e esteja bem liso.

Fase C
Bata as claras e o cremor de tártaro numa batedeira em velocidade média até espumar e formar bolhas pequenas. Adicione o açúcar de forma contínua e aumente a velocidade da batedeira até formar picos moles.

Incorpore1/4 das claras batitas com a mistura de batatas (Fase A + Fase B). Misture bem. Adicione o restante das claras e combine delicadamente com a ajuda de uma espátula, em movimentos de baixo para cima. Não bata nem faça movimentos vigorosos. A ideia é incorporar ar na massa e se você bater vai destruir as microbolhas de ar contidas nas claras.

Despeje a mistura na forma e leve ao forno pré-aquecido (190oC). O tempo de forno vai depender da forma que você escolheu. Guie-se pelo velho e infalível truque do palito que quando introduzido no centro do bolo, sai seco. Depois de tirar do forno, espere esfriar completamente para desenformar.


RECHEIO

Você pode fazer o recheio que mais gosta já que o sabor do bolo em si é bem neutro, apesar da batata roxa. Eu escolhi fazer um creme pâtissier de lavanda: com a ajuda de um fouêt bata 4 gemas, 25 gramas de farinha de trigo, 25 gramas de amido de milho, 100 gramas de açúcar e 50 ml de leite integral. Reserve. Leve ao fogo médio 450 ml de leite integral misturado com 1 colher de sopa de flores de lavanda secas. Aqueça até quase levantar fervura e desligue o fogo. Deixe descansar por pelo menos 10 minutos, tampado. Coe e agregue à mistura de gemas. Leve tudo ao fogo baixo e cozinhe por pelo menos 2 minutos, mexendo sem parar. Deixe esfriar coberto por um pedaço de papel manteiga untado para evitar a formação daquela "crostinha" desagradável. Reserve na geladeira até o momento de utilizar.

COBERTURA

Novamente, fica a seu critério. Eu fiz uma ganache de chocolate branco bem líquida: aqueça 400 ml de creme de leite (pode ser de lata ou de caixinha, não é necessário usar creme de leite fresco) e junte 300 gramas de chocolate picado. Desligue o fogo e mexa para que o chocolate derreta completamente. Eu usei um pouquinho de corante violeta próprio para chocolate para acompanhar a cor do bolo.

DICAS
  1. Você pode substituir a batata roxa por batata doce comum ou abóbora. Acho que tembém daria certo com mandioquinha, mas ainda não testei.
  2. Se optar por fazer o bolo em forma única e sem recheio, sugiro que você aromatize a massa com raspas de limão ou laranja, canela em pó, ou o que sua imaginação mandar.
  3. Para saber qual o ponto certo das claras, você precisa observar o momento em que as pás da batedeira vão começar a formas "ondas" nas claras. Picos moles significa que essas ondas têm que reter sua forma por alguns segundos.
  4. O creme pâtissier também pode ser aromatizado com outros sabores: raspas (limão, limão siciliano, tangerina, laranja), gengibre ralado, grãos torrados de café, canela em pau, cravo, anis estrelado, capim limão, zimbro, etc. O procedimento é sempre o mesmo: fazer uma infusão no leite antes de usar no preparo do creme.
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Páginas Saborosas em Nova York

Quem gosta de cozinhar e de comer bem geralmente também gosta de livros sobre o assunto, né?

Outro dia mesmo a Camila postou no Twitter que sofre de CCLG: Consumo Compulsivo de Livros de Gastronomia. Também sofro muito desse mal. Já tinha sido acometida por esta síndrome antes mesmo de me tornar cozinheira, quando ainda era apenas comilona.

Sou o tipo de pessoa que quando entra numa livraria não consegue sair com 1 livro só. É compulsão mesmo. Tenho que comprar pelo menos três.

Existia aqui em Sampa a livraria Mille Foglie, especializada em gastronomia, empreendimento da querida Gabriela Mascioli. Aberta em dezembro de 2002 foi, durante alguns anos, o verdadeiro banquete de palavras dos amantes das Artes Culinárias. A linda fachada decorada com placas de cobre ainda continua lá, provocando uma pontada no coração dos órfãos que deixou.

Gabi foi nossa professora de Turismo Gastronômico e atribui o fechamento da loja à falta de público necessário para manter vivo um negócio tão nichado como esse. Eu particularmente acho que hoje o cenário seria diferente. O incremento no número de interessados por esse tipo de publicação cresce a cada dia e esse fato é facilmente comprovado pelo volume de títulos lançados a cada mês e pela quantidade de cursos livres, profissionalizantes e universitários que pululam por todo país.

Felizmente, para quem tem a oportunidade de viajar, Nova York parece ter nascido uma cidade feita de nichos. E lá você encontra a sensacional Kitchen Arts & Letters.

Com mais de 25 anos de existência e cerca de 13 mil títulos, a Kitchen Arts nasceu da vontade de Nach Waxman de ter uma livraria especializada. A dúvida era se o negócio seria sobre esportes ou gastronomia. Para nossa sorte ele optou pela última.

Quando estive por lá, conversei longamente com Matt Sartwell, ex-editor que desgostoso e infeliz com as pressões do mercado editorial resolveu mudar de lado e há 15 anos gerencia a loja.

O lugar é bem pequeno e os mais de 13 mil títulos não têm espaço suficiente para ficarem todos expostos. Minha dica é que você vá sabendo o que quer. Ou pelo menos que tipo de livro quer.

No meu caso, eu buscava livros de cultura gastronômica não específicos de nenhuma região ou país. Queria algo abrangente, que falasse do mundo todo. Matt mandou buscar dois títulos no depósito e seu tiro não poderia ter sido mais certeiro: You Eat What You Are e Hungry Planet serão fundamentais no trabalho que estou desenvolvendo.

Além dos livros você encontra as revistas mais conceituadas da área como a Gastronomica e a Apicius, além de lindos posteres e cartões.

A Kitchen Arts & Letters aceita encomendas pelo site e por email, procura livros difíceis de achar e ainda despacha para o mundo inteiro.

Vai lá:
Kitchen Arts & Letters
1435 Lexington Avenue, New York, NY, 10128
(212) 876.5550
www.kitchenartsandletters.com

* Publicado originalmente no site Gourmet Update or Die
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Aula de Culinária em Nova York

Gosta de cozinha? Quer fazer um programa diferente e ainda conhecer pessoas? Que tal incluir um curso rápido no ICE (Institute for Culinary Education) na sua próxima viagem à NY?

Vivi essa experiência e adorei! Escolhi o curso entre as centenas de opções que eles oferecem no site, paguei online também e reservei uma noite da viagem para o aprendizado.

Escolhi a aula intitulada "Fascinating Desserts with Asian Inspiration" com o intuito de ampliar meu repertório de sobremesas. Fui surpreendida várias vezes pelos sabores inusitados e inesperados!

Em 5 horas de aula, foram ensinadas 9 sobremesas!! E tudo no melhor estilo "mão na massa"! O ICE tem uma infraestrutura fantástica, com equipamentos de ponta e ingredientes de primeira linha. Os professores não ficam atrás, claro. A minha chef-instrutora foi Reeni Aragon Espino, ex-chef patissiêr do Le Cirque e contemporânea da nossa Mara Mello na faculdade de patisserie.

Divididos em duplas, com bancadas, utensílios e fogões individuais, cada par executou do começo ao fim pelo menos 4 receitas, mas todas as 9 foram ensinadas detalhadamente. Veja o que foi aprendido:

Black Sesame Dumplings with Sesame Ice Cream : um bolinho bem leve, recheado com uma pasta saborosa e densa de gergelim preto, cozido no vapor e acompanhado por um sorvete feito com a massa base de sorvete de creme acrescida de pasta de gergelim branco e pedaços de crocante feito com açúcar caramelado e gergelim.

Bubble Tea : sensação em Manhattan, o Bubble Tea é constituído por sagu cozido no chá e depois misturado com polpa de frutas e leite. Não faz minha cabeça. Nem minha boca...

Filipino Sago't Gulaman : muito parecidas com as balas de alga japonesas que conhecemos por aqui.

Ube Chiffon Cake with White Ganache : delicioso, levíssimo, uma verdadeira fatia de nuvem doce feita com batata roxa e coberta com ganache de chocolate branco. A decepção ficou por conta do lindo roxo da batata que desapareceu quando misturado aos outros ingredientes... E eu fiquei me questionando: Existe corante natural roxo??


Vietnamese Coffee Custards : inspirada na bebida preferida dos vietnamitas (café adoçado com muito leite condensado), essa sobremesa é um tipo de crème brülée de café. A grande sacada foi a guarnição: massa de rolinho primavera pincelada com glucose de milho e levada ao forno sobre um silpat pra ficar caramelizada e crocante! Ótima ideia para decoração fácil e de efeito.


Almond Cream with Sake Peaches : essa é uma que já entrou na minha lista: o creme de amêndoas é super sedoso e feito com um ingrediente especial- um xarope de amêndoas libanês. Os pêssegos são cozidos no sake e dispostos sobre o creme. O contraste da acidez do sake, o frutado do pêssego e a cremosidade aveludada do creme resultam numa multiplicação de sabores na boca, um complementando e realçando o outro. Fantástico!


Saffron-Spice Rice Pudding : delicioso arroz-doce em versão chique e diferenciada: leva açafrão, pistache, tâmaras, pimenta, canela, noz-moscada, água de rosas e arroz, claro.

Indonesian Black Rice Pudding : mais um arroz-doce, dessa vez feito com arroz negro e ainda mais surpreendente que a outra. O arroz é cozido junto com folhas de pandam, que não sei se existem por aqui, mas acredito que capim-limão seja uma boa alternativa. Mas o diferencial mesmo foi servir o arroz-doce acompanhado por um molho de leite de coco levemente salgado! Achei que ia ficar bem esquisito, mas ficou sensacional!! E tem lógica (pelo menos pra mim). Se acrescentamos coisas doces, como frutas, em pratos salgados, por que não o contrário? O arroz-doce dessa receita leva pouco açúcar e o sal do molho de coco acaba por amplificar a doçura. A nota de frescor fica por conta das fatias de manga, ainda um pouco verdes,  que são servidas junto.


Asian Fruit Salad with Coconut-Lychee Sorbet in a Caramel Cage : ok, é uma salada de frutas exóticas. Mas é regada com uma calda de açúcar aromatizada com manjericão tailandês, rapas de limão e sementes de coentro. Além disso o sorbet de água de coco e lichia vale por si só. Muito leve e perfumado, daria um drink bárbaro se batido com espumante. A gaiola de caramelo é, bem, uma gaiola de caramelo. E isso faz toda a diferença na hora de impressionar!


    O ICE foi fundado em 1975 por Peter Kump, mecenas da gastronomia nos Estados Unidos e tem cursos de graduação, especialização e livres.

    Vai lá:
    ICE - Institute for Culinary Education
    50 West 23rd Street - New York - NY
    Cursos Livres: http://rec.iceculinary.com/
    www.iceculinary.com
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    Kalustyan's: O Melhor achado em NYC

    Não vou ficar aqui repetindo que NY é um paraíso gastronômico, o mundo numa cidade, e coisa e tal porque isso você já sabe. Também sabe que mesmo tendo ido milhares de vezes para lá, sempre há algo novo a ser descoberto.

    Pois bem, estive por lá nesse carnaval e fui conhecer o que seria o motivo da minha tremedeira na hora de passar na alfândega, voltando para casa. A Kalustyan's é uma daquelas portinhas que você não dá um dime quando olha por fora. Fundada em 1944, administrada pela 3a. geração de uma família indiana e encravada no bairro de Murray Hill.


    Ao passar pela pequena porta de vidro, tudo se transforma. Milhares de odores inebriantes invadem as narinas e a primeira e instintiva reação é respirar cada vez mais fundo na tentativa de absorver todos os cheiros.

    A Kalustyan's é, a grosso modo, uma loja de especiarias. Essa é uma descrição rasa porque as especiarias ocupam cerca de 2/3 do espaço. O outro terço abriga grãos, frutas secas, azeites, molhos, alguns queijos (acredite, tinha Catupiry!) e muitas surpresas.


    Imagine o que é para uma cozinheira como eu, dar de cara com uma parede inteira de currys... Depois todo um corredor de pimentas... E quando eu já tinha gasto US$ 250 e feito juras de amor eterno ao simpático proprietário, ele me sai com essa: Já foi ao andar de cima?

    Bem, a conclusão foi que quase estourei o limite do cartão e corri o sério risco de ser presa se o fiscal alfandegário encontrasse os 2 quilos de semente de papoula na minha bagagem, entre outras cositas más como mostra a foto abaixo...




    Portanto, quando for à NY já sabe! Me ligue que quero encomendar uma farinha de castanha portuguesa, tá?
    Kalustyan's
    123, Lexington Ave. (entre 28th e 29th st.)
    Tel.: (212) 685-3451
    www.kalustyans.com


    ET: O site deles é ótimo e vale uma visita. Até porque eles despacham para o mundo todo!

    Obs.: Postado originalmente no site Gourmet @ Update or Die
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    Onde Comer em Buenos Aires

    Dizem que a prova de fogo para algo que comemos é sermos capazes de lembrar seu sabor tempos depois da degustação.

    Tenho algumas memórias gustativas incríveis, como o biscoito que servia de base para os docinhos em forma de joaninha de um aniversário que minha mãe fez pra mim ou a sopa de tartaruga pescada pelo meu pai quando eu tinha uns 8 anos e nenhuma consciência ecológica.

    Bem, os pratos que descrevo a seguir encaixam-se perfeitamente no critério inesquecíveis. Já faz algum tempinho que estive em Buenos Aires pra assistir o mega master blaster duKCT, show do Depeche Mode. E os sabores que provei por lá continuam povoando o palato da minha memória.

    Sábado de manhã, friozinho leve, céu azul, rumamos para San Telmo onde fica o Café San Juan, dica da Alê Blanco do blog Comidinhas.

    O ambiente é bem descontraído e o atendimento é ótimo. Tem um clima de bistrô mas a cozinha é de inspiração espanhola. Não tem cardápio. O garçom traz a lousa com as opções do dia até sua mesa.

     

    Começamos com uma seleção de tapas pra acompanhar a Stella Artois de garrafa grande:


    Patê de Coelho com Geléia de Cerejas: foi o meu preferido, textura macia, sabor marcante, geléia com doçura na medida e pão rústico crocante. (Foto: Renata Prazeres)

     

    Patê de Salmon com Chutney de Tomates: o patê em si estava muito bom mas achei que não combinou com o chutney de tomates que estava doce demais e carregado na semente de coentro. (Foto: Renata Prazeres)


    Terrine de Pato Confit com Figos, Pistaches e Rabanetes em Conserva: Divino. Uma combinação que não tem como dar errado. Repare no detalhe da crèpine envolvendo a terrine! Coisa bem feita, viu? (Foto Cris Gusmão)

    Depois de muito beber e beliscar, escolhemos nossos pratos principais:

     

    Eu escolhi um magret com laranjinhas kinkan, passas e uma espécie de rabanada salgada que absorvia todo o molho delicioso do pato, que por sinal estava perfeitamente rosado no seu interior, como deve ser.(Foto Renata Prazeres)


    Carol, que pela primeira vez na vida comeu coelho (e não gosta de confessar, mas gostou) optou por um prato mais convecional. Pelo menos foi isso que me passou na cabeça antes que o salmão com legumes chegasse à mesa. Legumes grelhados e cozidos al dente, cobertos por um pesto de ervas, salpicado de pinoles e o peixe com sabor e texturas incríveis, quase um salmão selvagem. (Foto Renata Prazeres)

     

    Rê e Cris escolheram o coelho com polenta. Era uma espécie de ragú com molho espesso e cheio de sabor. Sobre a polenta nem preciso falar, né? Tá na cara que tava mais que perfeita. (Foto Renata Prazeres)

    O almoço foi tão lauto que não sobrou espaço pra sobremesa. Na próxima oportunidade, começo pelo final! =D

    Detalhe importante: custou menos de R$ 50 por cabeça!

    Depois de um fim de tarde passeando pelas ótimas e famosas livrarias da cidade, banhão revigorante no Hotel Cuatro Reyes (ótima localização, preço excelente) e casa da Silvia pro esquenta do showzaço. Uma garrafa de Absolut Vanilla desceu feito água...

     


    Domingão, levemente de ressaca, a primeira compra foi uma garrafa gigante de água mineral! Depois passeio pela ótima feira de San Telmo, sorvetes, cafés. Aproveite para tomar uma Duff e descobrir o porquê da preferência de Homer!


    E rumo à Recoleta. Por lá, mais sorvetes, mais café e uma pizza muuuito boa no bar chamado...

     

    Ok, o desenho parece mais o Biro Biro, mas vá lá, foi um argentino que desenhou, né? Depois hotel, arrumar malas com a sensação de que o tempo foi muito curto, já planejando um retorno breve.
    Encerramos a curta estada com um jantar típico de Salta, região do norte do país. O restaurante La Carretería (Av. Brasil, 656 - San Telmo) é bem rústico e descontraído mas é uma pérola da comida regional e mais verdadeira dos hermanos. Como fomos num domingo à noite, tipo umas 22hs, a rua estava meio escura e vazia, o que pode assustar alguns turistas menos aventureiros. Mas não se deixe impressionar, Buenos Aires é uma cidade super segura, principalmente se o seu modelo de comparação for o Rio ou São Paulo.

    Voltando ao restaurante: mesas e cadeiras de madeira, toalhas com motivos florais "caipiras", algumas peças de artesanato típico, atendimento simpaticíssimo e iluminação amarelada e aconchegante.

    Começamos com uma rodada de salteñas picantes e perfeitas. Massa fina, crocante e recheio suculento. Depois pedi um matambre com queijo. Olha, de comer rezando. Uma pena que aqui em Sampa não se encontra matambre com facilidade.



    Como diria Tony Bourdain, filé mignon até cachorro sabe fazer. Quero ver fazer uma carne fibrosa como essa se transformar num prato tão saboroso, onde os nacos de carne desmancham na boca.
    Pra finalizar, um potpourri de compotas caseiras com quesillo, uma espécie de requeijão do norte nosso, tudo coberto com mel silvestre e nozes.


     

    A conta? R$ 15 por pessoa. Chega a ser rizível.
    Você pode estar se perguntando "foi pra Buenos Aires e nem comeu carne?". Pois é, gosto do diferente mesmo.

    E aproveitando que o assunto é comida, nosso vizinho tem ótimas publicações sobre gastronomia. Fiquei especialmente encantada com a Joy. Dá uma olhadinha lá no site e quando for pra BsAs, traz uma pra mim!

    Crédito das Fotos: Renata Prazeres e Cris Gusmão

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    Nova Absolut: Tropical

    Novo sabor da vodka Absolut será lançado em janeiro de 2010 (nos EUA e Europa) e em fevereiro do mesmo ano no resto do mundo.

    Chamada de Flavor of the Tropics, mistura sabores de manga, melão, laranja, lichia e abacaxi.


    Estará à venda apenas para viajantes, nos Duty Frees pelo mundo. Mas atenção, acabo de voltar de viagem e o Duty Free de São Paulo está uma vergonha. Nem Absolut tinha. Garanta a sua comprando fora do país.

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