NYC: Pasta de Dentes Gourmet na C.O. Bigelow

É possível transformar um ato de higiene pessoal em um momento gourmet? Os japoneses acreditam que sim.

Na verdade a proposta não é exatamente ser gourmet, mas oferecer uma gama maior de sabores, para variar um pouco as óbvias opções “menta refrescante” ou "hortelã extra-forte”.

E por “uma gama maior” entenda "32 sabores". Indo do 0 (neutro) ao 31 (sabor cola – não é cola branca nem de sapateiro, é cola as in coke or pepsi).

Conheci as Breath Palette numa visita à C.O. Bigelow, o mais antigo apotecário de Nova York e segundo mais antigo dos E.U.A. É uma lojinha estreita, super abarrotada de coisas e, se você estiver carregando uma sacola de tamanho médio, item básico de todo turista na Big Apple, vai atravessar os corredores morrendo de medo de quebrar as coisas ou derrubar tudo no chão. Eu chego a suar porque, né. Estabanada é meu nome do meio...

A Bigelow, como é chamada pelos locais, foi fundada em 1838 e era frequentada por Eleanor Roosevelt, Mark Twain e Thomas Edison. E naquela época os corredores deviam ser menos entulhados. Mas o que vale mesmo são os produtos que amontoam-se nas prateleiras.

Os incríveis e decorativos sabonetes portugueses Claus Porto, as cobiçadas velas francesas Diptyque, muitas marcas de aromaterapia, antroposóficas e homeopáticas de excelente procedência, linhas europeias de cosméticos difíceis de achar na América, as pomadas para pés cansados ou músculos doloridos da Badger Balm, e ainda os muitos produtos com a assinatura quase bicentenária da casa, que usa muitos ingredientes culinários como limão, coentro, gengibre.

O fato é que eu sempre volto lá pra comprar produtos bem singelos, mas que nunca encontrei em outros lugares:
  • a pasta de dentes Euthymol, provavelmente a marca mais antiga à venda na Inglaterra (hoje distribuída pela Johnson & Johnson), e forte o bastante para quem acha que Altoid's são balinhas para bebê,

  • as famosas pastilhas para garganta Grether's Pastilles, fabricada artesanalmente na Suíça desde 1850, dão alívio imediato e limpam a voz, além de serem muito saborosas e embaladas numa latinha que é um charme. Ah! O sabor é groselha negra.

Mas voltando ao assunto principal desse post (que não é minha compulsão consumista): as pastas Breath Palette.

Parecem tubinhos de tinta a óleo, só que todo branquinho. E eu que sou muito novidadeira e não posso com uma bobagem como essa, comprei 3: pêssego branco, lavanda e maçã fuji.


 Resisti à tentação de adquirir as de chocolate amargo, pudim de abóbora e caramelo. Não deveria.

Ao contrário do que pode parecer, o sabor final é sempre refrescante. E há uma razão para isso: sabiamente, a Breath Palette usa aromas e não sabores em suas pastas pelo simples fato de que o cheiro é responsável por pelo menos 70% do gosto que sentimos (já comeu cebola resfriado? Pois é.).

Sem açúcar, sem álcool, sem surfactantes, com partículas abrasivas com 1/7 do tamanho das convencionais e com baixa efervescência.

Esta última característica pode parecer negativa para alguns, já que ela indica “menos espuma”. Mas, segundo o fabricante, é ideal para ser usada com escovas elétricas ou por crianças em fase de aprendizado da escovação.

E sabe o que mais? É divertido, é diferente e pode até ser um antídoto contra o mau humor matinal!

Vai lá:

C.O.Bigelow
414 6th Avenue
NY NY 10011
http://www.bigelowchemists.com/


* Publicado originalmente no site Gourmet Update or Die

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